BCE revela vencedores das licitações do Euro Digital e valores
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou recentemente uma seleção de empresas para desenvolver cinco componentes do Euro Digital. Essa nova moeda digital está dando passos importantes na sua criação e promete modernizar a forma como lidamos com dinheiro na Europa.
No total, os contratos somam cerca de 432,1 milhões de euros (cerca de R$ 2,7 bilhões), mas podem chegar até 1,164 bilhão de euros (aproximadamente R$ 7,3 bilhões). Essa atualização vem logo após uma reunião onde Christine Lagarde, uma das líderes do BCE, destacou que o euro digital é um símbolo da soberania europeia.
Banco Central Europeu revela gastos com euro digital e parceiros de desenvolvimento
O processo para escolher os desenvolvedores do Euro Digital começou em janeiro de 2024, e agora já temos os nomes dos ganhadores. O primeiro contrato, chamado de ‘pesquisa por alias’, custa 27,9 milhões de euros e pode chegar a 55,8 milhões de euros. A empresa escolhida foi a Sapient GmbH.
Esse serviço permitirá que os usuários realizem pagamentos de forma bem prática, usando apenas um número de conta, e-mail ou até telefone, parecido com como funciona o Pix no Brasil. Imagine poder enviar dinheiro com apenas um toque no celular!
Outro contrato é o de ‘gestão de risco e fraude’, que custará 79,1 milhões de euros, podendo ir até 237,3 milhões de euros. A vencedora aqui foi a Feedzai – Consultoria e Inovação Tecnológica. Esse sistema ajudará a garantir a segurança das transações.
Em seguida, temos o contrato para ‘aplicativo e kit de desenvolvimento de software (SDK)’, orçado em 76,8 milhões de euros, com um teto de 153,6 milhões de euros. A empresa que levará essa parte é a Almaviva The Italian Innovation Company SpA. O BCE pretende que o aplicativo seja fácil de usar e tenha uma interface amigável.
Um dos objetivos desse aplicativo é garantir que todos, inclusive pessoas com deficiência e aquelas que têm menos familiaridade com tecnologia, possam acessar as funcionalidades do Euro Digital.
O maior custo, no entanto, será para a ‘solução offline’. Aqui, o BCE planeja gastar 220,7 milhões de euros, mas esse valor pode chegar a impressionantes 662,1 milhões de euros. O vencedor desse contrato foi a Giesecke+Devrient advance52 GmbH.
Essa solução é crucial, pois permitirá que os usuários façam pagamentos mesmo sem conexão à internet, o que é importante tanto para a privacidade quanto para a resiliência do sistema financeiro. Ela possibilitará transações rápidas e permitirá saques e depósitos, seja via smartphone ou caixa eletrônico.
A complexidade desse sistema e as exigências técnicas geram custos altos, mas é algo que, como mencionado anteriormente, é um desafio que também está sendo analisado no Brasil, onde o Drex (Real Digital) e o Pix devem funcionar de forma similar.
Por fim, o BCE planeja investir 27,6 milhões de euros no contrato de ‘troca segura de informações de pagamento’, focando na segurança e na privacidade dos usuários. A empresa vencedora, que pode ver seu contrato subir até 55,2 milhões de euros, é a Senacor FCS GmbH.
Todos esses contratos têm duração de quatro anos, o que nos dá uma pista de que poderemos ver o Euro Digital em ação antes de 2030.